Um mundo de canções

Um projecto que tantos autores divulgou é bem merecedor desta distinção.

Hoje, 20 de Maio, celebrando o Dia do Autor (que é no domingo), vão ser atribuídos pela Sociedade Portuguesa de Autores alguns prémios. Ora entre os distinguidos, vários, há um que toca particularmente uma geração: o Mundo da Canção, nascido no Porto, há quase meio século. Começou como revista, e que revista!, em 1969, mas ao longo dos 46 anos que já soma, desdobrou-se em mil e um ofícios, sempre ligados à música e à cultura: festivais (o Intercéltico, lembram-se?), concertos (e foram tantos), exposições, edições próprias (livros, discos), comércio em loja, online ou em feiras especializadas. E assim de revista se fez marca, selo de identidade, bandeira de coisas que urgia sempre conhecer e divulgar. A sua história, extensa e rica, está contada no site do MC e também numa revista em formato A4 de capa verde que lhe celebra os 45 anos. Se olharmos a capa do primeiro número do MC, de Dezembro de 1969, com uma fotografia de Francisco Fanhais (então padre e estreante em disco como cantor), a lista de nomes exibida em rodapé dá ideia da diversidade que sempre a enformou. Por esta ordem: José Afonso, Padre Fanhais, Fluído, Duarte & Ciríaco, Adamo, Gilberto Gil, The Beatles, Joan Manuel Serrat, Los Payos, Barry Ryan, Charles Aznavour, Raul Solnado, Elvis Presley, Jean Ferrat, Bee Gees, Joe Dassin, Patxi Andión, Michel Polnareff, Richard Anthony, Chico Buarque, Luís Cília, Joaquin Diaz, Rolling Stones, Manuel Freire… E isto só no primeiro número! Hoje, porém, o nome em foco é o do próprio MC, que tantos autores divulgou, formando com acutilância crítica uma geração; o dele e o de Avelino Tavares, seu fundador e incansável obreiro, a quem a música tanto deve.

Texto de Nuno Pacheco, 20 de Maio de 2016 © Público

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *